Teoria dos Campos Abertos e das Buscas Particulares

Atenção: tópico expresso no edital da PCSC!!!!

O Supremo Tribunal Federal, de forma implícita, adotou a ‘Teoria dos Campos Abertos e das Buscas Particulares’, originada nos Estados Unidos. Segundo essa teoria, buscas em “campos abertos”, fora da propriedade do sujeito investigado, não violam a privacidade garantida pela IV Emenda Constitucional. O tribunal considera a expectativa de privacidade subjetiva e objetiva, analisando a opinião do indivíduo e a reconhecida pela sociedade.

Essa abordagem foi aplicada no HC 103.425/AM, onde a Ministra Rosa Weber validou uma prova considerada ilícita, pois o próprio acusado compartilhou conteúdo incriminador com uma lan house. A decisão levou em conta a falta de legítima expectativa de privacidade, dado o compartilhamento do material com terceiros.

Um caso comparável é o Caso California vs. Ciraolo (1986), que considerou lícito o sobrevoo a 1000 pés para identificar plantação de maconha. No Brasil, um caso semelhante envolveu o uso de um drone pela Polícia Militar para localizar plantações de maconha, e a legalidade da prova foi sustentada pelo tribunal.

A comparação entre esses casos é intrigante, especialmente considerando eventos semelhantes ocorridos no Brasil em 2019. A utilização de drones pela polícia para identificar plantações de maconha tem se tornado mais frequente.

Spelman sugere que a Teoria dos Campos Abertos, aplicada ao teste de ‘transgressão física’ em casos de drones, analisaria a localização física do objeto de busca, sem constituir uma investigação propriamente dita. Ele também argumenta que a Suprema Corte Americana não consideraria os “drones de vigilância” como uma “investigação”, dada a ampla circulação de drones privados para fins recreativos.

No Brasil, a regulamentação da ANAC (RBAC-E nº 94/2017) é obrigatória para drones de uso civil. Nos Estados Unidos, cada estado possui requisitos específicos, e o registro junto à FAA é obrigatório em todo o território. Regulamentações eficazes para drones particulares são vistas como essenciais para afetar o teste de privacidade, de acordo com Spelman.

Compartilhe:
Facebook
WhatsApp
Telegram
Email

Posts Relacionados

O art. 28-A do Código de Processo Penal surgiu no ordenamento jurídico brasileiro expressamente com o advento do pacote anticrime...
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que os requisitos do artigo 41 da Lei de Drogas...
O crime de apropriação indébita tributária pode ocorrer tanto em operações próprias, como em razão de substituição tributária.(Súmula n. 658,...
O Código de Processo Penal traz, expressamente, o conceito de indício, no art. 239. Vejamos: Art. 239, CPP – Considera-se...
O termo "Ato de assédio processual" foi o termo utilizado pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça no AREsp 2.290.314-SE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/5/2023, publicado no informativo 776.
No contexto apresentado, o princípio do juízo imediato refere-se a uma orientação específica em matéria de competência judicial quando se...
Não configura causa de impedimento a hipótese em que a desembargadora revisora se limitou a, em cognição sumária e com fundamentação sucinta, receber a denúncia contra o réu quando atuava em primeiro grau e depois, sentenciado o feito por magistrado totalmente diverso, apreciou, passados mais de 10 anos, em cognição exauriente, o mérito da causa na apelação interposta contra a sentença.
Como consequência, o reconhecimento de habitualidade delitiva impede Acordo de Não Persecução Penal.
O conflito de competência ocorre quando há dúvida sobre qual órgão judicial é competente para julgar determinado caso. Em um...
A controvérsia em questão gira em torno da competência para conduzir e julgar um procedimento investigatório criminal relacionado à possível...